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Da Rua

Expressões urbanas e arte perdida

Perfil O blog é editado pelos fotógrafos Louise Chin e Ignacio Aronovich, criadores do site Lost Art

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OSGEMEOS + LOUIS VUITTON

Por Lost Art
21/01/13 16:38
Lenço com estampa de OSGEMEOS para Louis Vuitton.

Lenço com estampa de OSGEMEOS para Louis Vuitton. foto © OSGEMEOS

O  mercado de luxo tenta se aproximar da arte urbana há muito tempo. Perfumes, maquiagem, bolsas, roupas, tênis, e outros itens já tiveram designs, intervenções, customizações, e criações realizadas por artistas. Kaws, Futura, Retna, e muitos outros nomes conhecidos já assinaram produtos.

De graffitis em um “reality” show a lenços de seda, haverá sempre quem critique artistas que tiveram seu início pintando em muros e que depois tiveram seu trabalho reconhecido e remunerado.

Rolaram criticas. Faz parte.  Artistas precisam de dinheiro para sobreviver, como qualquer outra pessoa.

Quem os critica por vender telas em galerias ou realizar parcerias com marcas não vive de arte ou tem outra fonte de renda.

O mais recente capítulo desta história seria apenas mais do mesmo  se não fosse uma parceria dos artistas de rua brasileiros mais reconhecidos mundialmente, OSGEMEOS, com uma das marcas mais criticadas por artistas de rua, a Louis Vuitton.

A marca é um símbolo mundial do luxo e o monograma LV é uma das marcas mais valiosas do mundo. Com o grande número de falsificações e “réplicas” é natural que tentem proteger sua propriedade intelectual.  Porém,  também é natural que a associação com luxo, riqueza, e status tornem a marca um alvo frequente de críticas ao luxo e consumo. Diversos artistas  já usaram a marca como forma de crítica, ironia, ou comentário social.

Em São Paulo, o mais notório foi OZI, artista old school em atividade desde 1985 e que espalhou alguns porcos com o monograma e o nome “Luis Vitão”. Pressão e intimidação jurídica da marca fizeram o porco virar um viral cult e sumir, mas ainda é possível encontrar imagens do Luis Vitão em alguns sites [+].

Performance do artista francês ZEVS em São Paulo com Marina Dias. foto © LOST ART

Em Hong Kong, New York, São Paulo, e outros lugares, a marca foi utilizada por artistas como Zevs que pintou telas com o monograma “liquidado” e fez performances como “Victim” em São Paulo, onde o monograma também apareceu.

“Liquidated Louis Vuitton Murakami Multico”. Performance no Cabaret Voltaire, Zurich, 2011 por ZEVS.

É curioso  que a marca tente impedir o uso de seu monograma em obras que a criticam  e ao mesmo tempo celebre uma parceria com artistas como OSGEMEOS.

O mais interessante é a maneira como Otavio e Gustavo Pandolfo lidaram com esta questão: o cachê pela obra foi doado para a Casa do Zezinho e para o Graac.  A doação é  uma atitude tão subversiva quanto as críticas à marca espalhadas em muros pelo mundo.

Com a visibilidade e divulgação automática de tudo que OSGEMEOS fazem, os demais artistas que colaboram com o mercado de luxo estão imediatamente pressionados a doarem seus cachês para causas sociais e humanitárias, o que não deixa de ser um”efeito Robin Hood” e um exemplo para a marca, que poderia doar toda a renda da venda dos lenços para alguma causa.

Como expressou muito bem o artista OZI, “”Para que serve a arte se ela não provoca?“

About Lost Art

Lost Art é um coletivo de fotografia, comportamento e arte. Louise Chin e Ignacio Aronovich são fotografos, jornalistas e curadores. Viajam o mundo atras de novidades e de lugares desconhecidos. Suas buscas os levaram a lugares como Antartica, Alaska, Africa, Jordânia, Laos, Camboja, entre outros destinos. Já documentaram algumas das provas mais dificeis do mundo como Raid Gauloises, Elf Authentique Adventure e a Race Across America. Foram convidados a realizar a exposição inaugural da 202 Gallery da Otto Design Group na Philladelphia, onde apresentaram "Streets of São Paulo". Participaram da primeira edição "Backjumps : Live Issue" em Kreuzberg, Berlim, junto com Bansky, Shepaird Fairey, WK Interactive e Swoon. Publicaram o livro "Graffiti Brasil" pela editora inglesa Thames & Hudson em 2005. Juntamente com André Meyer produziram a tour do Kamikaze Freak Show no Brasil em 2003, e fotografaram diversos espetáculos circenses, performers, dançarinos, shows musicais e teatrais pelo mundo. Em 2008, participaram do Festival della Creatività em Florença, na Italia, e expuseram "Untamed Brazil" no Museu Crystal Worlds em Innsbruck, na Áustria. O site Lost Art está online desde 2000 e é referência na web quando o assunto é arte, fotografia e cultura. http://www.lost.art.br/
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Comentários

  1. Mariana Nobre comentou em 01/02/13 at 12:24 am

    Já faz tempo que OSGEMEOS estão em um processo de transformarem eles próprios em uma Grife de Luxo e por isso eles tem se associado a diversas marcas de luxo, como LV, Land Rouver, etc.
    Para ter esta abertura no público AAA, eles mudaram até o estilo de suas pinturas. Romero Brito, Beatriz Milhazes, OSGEMEOS e outros já podem formar seu próprio movimento artístico chamado de PINTURAS TUTI FRUTI.

    Burgues é como criança, agarra tudo que é colorido e brilha.

    E já não acredito mais em contracultura, pois todas já nascem mortas hoje em dia.

  2. lila comentou em 21/01/13 at 6:24 pm

    quem ja viu a obra dos genios sabe do que estou falando Osgemeos osgenios..arte e sentir, e vibracao, e tudo e e exatamente isso que osgemeos fazem,,pouco importa se ganham dinehiro deste ou daquele, eles merecem…

  3. monica cintra velho comentou em 21/01/13 at 6:00 pm

    … enquanto a lógica maniqueísta e mesquinha da industrial cultural continuar a pregar incentivos babacas, tal como: “precisamos de dinheiro” p/ sobreviver, como esse lixo de texto afirma, o mundo será como é! cheio de babacas capitalistas servindo a ordem “coisificante” das coisas! claro, isso só poderia vir da mentalidade de uma imprensa fascista! com certeza a aura da obra de arte se desfez ha muito…

    • Lost Art comentou em 21/01/13 at 6:19 pm

      Monica, como você sugere que artistas façam coisas simples como: colocar comida na geladeira, pagar contas de luz, telefone, etc?

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