Assim como na Bolívia (post abaixo) quando nós estivemos no Egito a grande maioria dos murais que fotografamos eram ligados a questões políticas. Trata-se mais de protesto e expressão pessoal do que pretensão artística.  O mural da rua Mohamed Mahmoude liga a praça Tahir, palco dos maiores protestos no Egito, ao Ministério do Interior, e virou um fundo fotográfico para inúmeros profissionais de imagem que estão cobrindo o evento. Veja a galeria completa aqui, no site da revista Time.

Vista parcial do mural sem título de Flavio Samelo. / foto © Flavio Samelo

Fala-se muito sobre artistas de rua que migraram para as galerias de arte. Um dos pioneiros a abordar este assunto foi Andreas Johnsen, diretor do documentário Inside Outside, que você pode assistir na íntegra aqui.

Flávio Samelo,  fotógrafo, pintor, escultor, artista multimídia e alérgico a rótulos, fez
o caminho inverso.

Após uma série de exposições de suas obras em galerias, Samelo  acaba de concluir sua maior obra: um mural de 700 metros quadrados  misturando fotografia, lambe-lambe, e spray.

Apesar de ser um mural em um tapume de um empreendimento imobiliário, o artista
teve total liberdade criativa para usar o espaço à sua maneira.

O resultado, gráfico e atemporal, agradou a moradores e permitiu  um acesso sem precedentes à obra de Samelo, usualmente restrita à visitantes de galerias.

Quem estiver em São Paulo pode ver a obra na rua Augusta, onde ficava o hotel CaD’oro,
e sua continuação na rua Avanhandava.

Visite o site do artista aqui.

Detalhe de mural criado por Flávio Samelo / foto © Flavio Samelo

"Floretsta Urbana", mural na Praça Paulo Kobayashi, anexa à Câmara Municipal de São Paulo (foto cortesia Binho Ribeiro)

Hoje é o último dia para ver oito artistas de rua paulistanos pintando uma megaprodução  em SP.   O “cubo”, ao lado da Câmara dos Vereadores de SP, está sendo grafitado por  NICK, DOES, FEIK, EVOL, SNEK, e SR.MAX., com direção de arte e curadoria de Binho Ribeiro (que aparece no primeiro post deste blog em foto de 1997).

A obra foi intitulada “Floresta Urbana“.  Binho tem 27 anos de graffiti e celebra a visitação do mural por velhinhas e crianças e explica que “hoje em dia a arte de rua anda muito individualista, focada apenas no singular”.  Binho quer mais obras coletivas e “aprender a melhorar a cena para usufruir melhor.”

“Antigamente tinha muito de ensinar a molecada, mas com o sucesso comercial de alguns artistas, isso foi ficando pra trás. Gosto de projetos coletivos com o pessoal das novas gerações.”

Se você não está em SP ou não pode visitar o local, veja as fotos no flickr do Binho, aqui.

Não deixe de ver as obras no entorno do Cubo feitas por 30 artistas como Zezão, Minhau, Chivitz, Presto, Bue, e outros.